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17 de Maio Sexta - Feira 11:00 da manhã - Eu ainda estou inteira Sophia! - eu respondo exasperada. Estávamos indo para a quadra de vôlei onde teríamos a aula de Educação Física, e pela trigésima vez seguida Sophia me perguntava se eu realmente queria fazer a aula, enquanto avaliava como uma médica o meu pescoço. - Nós tinamos combinado de nos encontrar só no almoço Lua, você falou "te vejo mais tarde no refeitório", - ela repete o que eu disse tentando imitar a minha voz- não tem nada que está aqui. - Sophia insistia, enquanto Ally e Joanna apenas olhavam de mim para Sophia dando risadinhas. - Eu sei o que eu disse Sophia, só que eu não quero ir embora! - falo tirando a mão dela da minha testa enquanto ela tenta ver se estou com febre. -Mas... - ela tenta continuar, porém eu a interrompo. -Pelo amor de Deus, eu não estou incapacitada. Não é como se eu nunca tivesse apanhado na vida Sophs, eu acho que eu posso aguentar uma aulinha de nada não acha? - digo e olho para as
Seta - Feira 17 de Maio 10:45 As quadras de esportes ficam no fundo da escola, mas ao invés de atravessar todos os corredores enormes e abarrotados por conta do intervalo ente as aulas Ally e eu decidimos ir pela parte externa do prédio. O mês de Maio marca o auge do outono aqui, mas como estamos no Brasil isso não faz muita diferença. Joanna costuma repeti que só temos duas estações: o inverno, quando o tempo é seco e as vezes cai uma chuva chata bem no dia que a gente tem um compromisso, e o inferno que dura quase o ano todo, e é essa sensação que eu tenho hoje. O calor que está quase insuportável não condiz com o céu nublado, o ar está carregado e sem vento, e eu me sinto como numa sauna, já Ally não parece se incomodar, ela raramente usa jeans e hoje não foi um desses dias.      Ela está usando uma blusa estampada vermelha de tecido fino que parece muito refrescante e uma saia de cintura alta que com certeza quebra as normas de vestimenta da escola, pois é uns 5 centímetros mai
17 de Maio 10:30 da manhã Depois de ser liberada por Sheila da enfermaria, com o pescoço lambuzado de pomada e com o gosto ruim do analgésico ainda na boca decido seguir para a aula de Educação Física, mesmo tendo sido   liberada por Sheila para ir para casa.     Eu ainda sentia dor na garganta e um pouco tonta, mas nada me faria ir para casa. A aula de Educação Física é a única que nós quatro fazíamos juntas, e eu estava precisando muito conversar com as minhas amigas, para se quer pensar em sair da escola.                     Depois do que Arthur deduziu durante nossa conversa na enfermaria, a dor física não era a que mais me incomodava, e sim o aperto no peito que eu sentia. Eu namorava com Fernando a apenas seis meses, mas mesmo assim nós já tínhamos tanta intimidade e confiança um pelo outro, ou ao menos eu achava que tínhamos, já que os últimos acontecimentos me fizeram mudar de ideia por completo. "Como ele pode mentir para mim, assim tão descaradamente?", eu pens

O que há por trás da Raiva e do Amor

 17 de maio 10:00 da manhã A enfermeira de plantão na enfermaria era Sheila Belly, uma mulher de meia idade que parecia tão cansada daquela escola quanto eu estava, e pela postura dela parece alguém que largaria tudo aquilo para o alto a qualquer momento. - O que é que vocês têm? -  ela fala sem nem olhar para nós. Estava jogada em sua cadeira, com os pés descalços em cima da mesa, cabelo num coque desfeito e a cara enfiada no celular.  - Ela foi agredida por uma maluca à pouco - Sophia disse em tom dramático me segurando pelos ombros. - Hum, - a enfermeira disse ainda sem nos olhar - se vocês estão aqui para matar aula é melhor desistir, não vou ficar distribuindo atestado.  - Nós estamos falando sério - Sophia disse, e como Arthur tinha feito anteriormente arrancou o celular das mãos da mulher que finalmente olhou para a gente - se quisesse matar aula eu simplesmente estaria lá fora agora, aproveitando o meu dia e não aqui com alguém tão anti profissional como você - ela

17 de Maio 9:25 da manhã

            Após a ordem do diretor nós seguimos os três para a sede do grêmio, que ficava numa das salas destinadas para os clubes, por detrás do auditório. Durante o trajeto pude perceber o quanto aquele evento mexia com a organização da escola. Os corredores estavam ainda mais tumultuados, cheios de alunos que fazem parte do grêmio de um lado pro outro carregando caixas com cartazes e pregando eles por todo lado, outros já estavam distribuindo os presentes de fato para as pessoas que estavam nos corredores. Todo aquele falso clima de confraternização me deixava enjoada. Sempre odiei o Dia do Cupido por diversas razões, parte por que num Dia do Cupido de alguns anos atrás ocorreu um dos piores acontecimentos da minha vida, e segundo por isso tudo ser uma grande falsidade.             Essa história toda começou bem antes de eu estudar aqui, os alunos queriam fazer algo para comemorar o Valentine´s Day aqui no colégio, mas pelo que eu sei o diretor da época não permitiu que eles fiz